segunda-feira, 6 de junho de 2011

A Day in The Life

Senhor Roberto, não me encha mais o saco. Aí está minhas "vomitações" sobre a day in the life que você tanto pediu. Diego, sei que o Roberto tem a incrivel e chata mania de fazer comparações, então ele certamente vai comparar esse artigo, com o seu artigo sobre a mesma canção. Me desculpe, mas na minha cabeça há uma competição que eu quero ser vencedor. kk O texto é para vocês, a pedido de vocês, e foi escrito por pura e espontânea pressão.


"Uma Obra Prima"
"A Day in The Life é uma porcaria!! uma das piores canções dos Beatles"
"Sem dúvidas a melhor canção dos Beatles"
"Música chata pra cacete! Aff não entendo como podem gostar desse sonífero"
"Simplesmente genial. Uma das melhores canções da história"
/\

Pois é....Isso aí são opiniões que correm o mundo acerca de "a day in the life", as frases são de pessoas reais em discussões sobre a canção em tópicos de debates, apenas fiz um ctrl c + ctrl v e postei aqui exatamente como foi escrito.
Como pode uma canção, uma "simples" canção ter opiniões tão dispersas acerca dela mesma? Literalmente é um mistério, mas convenhamos, esse mistério é um presente dos deuses para a canção, pois bagunçar a ideia das pessoas é o intuito dela.

Apito em que só cães ouvem, Conversações de famosos inversas, som multiplicado, Despertador divisor, lenda da morte de Paul orquestra de 40 músicos em que parecem 160.....

ã? Que? como assim? Do que eu estou falando?
Ok...Vamos ao inicio. "A Day in The Life" é a última faixa do disco "Sargent Peppers Lonely Hearts Club Band" dos Beatles, lançado em 1967.
Tá....e daí?
Bom...Não ia me dispor a escrever sobre a canção se ela não tivesse um "q" a mais. Se formos analisar, todo o disco do sargento pimenta é na verdade uma coisa inovadora. Apesar das inovações tecnologicas nos meios de gravações atuais, ainda fica dificil de explicar como foi que o disco foi feito.

Mas não quero dissertar sobre o álbum, vamos direto a carniça, que é a "A Day in The Life". Estou cansado de ler e aturar opiniões babacas de criticos que ganham uma miséria, escreverem o que eles acham que devem ser escrito sobre a canção. Não adianta, os caras podem até afirmar que é a maior canção de todos os tempos que ainda assim as palavras saem vazias, sem a vontade e paixão de uma pessoa que realmente entra naquilo. Creio que a linguagem tecnica simplesmente estraga a canção. Isso pode ser bom para os senhores da BillBoard, calçando seus sapatos de 3 mil dolares, mas pra mim e posso incluir meus amigos também, a verdadeira linguagem vulgar de uma pessoa que simplesmente curte a canção é mais valiosa e interessante.
Vamos ao início...

A Canção inicia com violões e pianos, exatamente aos treze segundos a voz de Lennon entra e inicia timidamente o fenômeno que está por vir, "I read the news today oh boy", a primeira frase da canção. Apesar da letra surrealista e sem nexo, podemos mais adiante notar a assustadora semelhança com a lenda da morte de Paul McCartney, mas isso deixo pra depois.
Então a canção prossegue timidamente, logo aos 48 seg. o sorridente Ringo mostra que está vivo e inicia a primeira de uma série de "tom tom tom" na canção, uma de suas marcas nos Beatles. Ringo exerce avidamente seu papel de baterista de Blues, ele não teve culpa  de não nascer negro, mas os acordes são perceptíveis.
Até aí nada de mais.... Lennon segue com sua voz arrastada, até que canta sua última frase nessa parte da canção "Having read the book, I'd love to turn you on", nessa frase e na frase anterior podemos notar que há um eco....como se não fosse apenas Lennon que estivesse cantando a canção. Na verdade era só o Lennon cantando, só que os caras conseguiram um método de fazer com que sua voz se multiplicasse timidamente. Isso pode ser banal e engraçado atualmente, pois qualquer canção de funk faz isso kk, mas na época não existia a tecnologia para isso, e eles não fizeram nada de novo em termos de equipamentos, não inventaram uma máquina multiplicadora de som ou algo do genero. Eles simplesmente pegaram dois rodos de captação de 4 áudios e interlaçaram um som ao outro. Parece simples né? Mas agora pense no trabalhão que era fazer com que a mesma voz saísse milimétricamente no mesmo tempo que ela mesma, só que de uma forma em que fizesse o ouvinte perceber um eco? PELAMORDEDEUS!!!

Acabado isso, vamos ao primeiro grande momento da canção. Estamos no "1 min. e 42 seg", o eco da voz de lennon já mencionado anteriormente chega ao seu fim, e nesse momento o clima de suspense provocado por uma orquestra entra. E começa timidamente, dá pra pensar que a música chegou ao fim, mas não. O suspense torna-se algo irreal (estou falando como um ouvinte da época, atualmente ela até pode parecer simples, mas pense num efeito desses em 1967), a orquestra vai aumentando gradativamente. Iniciando em Mi Maior e aumentando gradativamente indo até o ápice em que seus instrumentos podem alcançar. Esse transe dura exatos surpreendentes 33 segundos!!!!
Pra iniciar, o som da orquestra não veio do além, nem caiu do céu (embora tenha beatlemaníaco sem miolo por aí que afirme isso), Na época Paul McCartney exigiu uma orquestra de 90 músicos, tudo na verdade era uma piada de mal gosto aos bolsos dos produtores, que zombaram dele e afirmaram que era um esbanjamento pra época. George Martin afirmou a Paul que para conseguir o efeito que ele queria, 40 músicos já seria o necessário, mas mesmo assim a piada continuava de mal gosto. Embora o disco todo seja orquestrado, 40 músicos para a gravação de apenas uma canção era um exagero além das mentes e da percepção nos meios de gravações da época. Era algo tão surreal quanto ver vaca voando. Mas os 40 músicos foram contratados, frente ao olhar vivaz de Paul. O Efeito ideal idealizado para Paul só seria possível se utilizasse a mesma tecnologia usada na voz de Lennon, e assim os 40 músicos se transformaram em 160 músicos, utilizando a genial invenção de transmissão de som de um rolo para outro, que fazia o som se multiplicar.

Depois dos pasmos 33 segundos de uma orquestra apoteótica (que na época seria impossivel de gravar, o fato levou a fazer com que as pessoas pensassem que o som vinha do além), nesse momento toca um despertador.


O Despertador: (2min. 18 seg.)

John Lennon tinha a introdução e o final de uma canção, mas não tinha o seu meio, o seu miolo, o centro dela. Paul estava na situação inversa, tinha o miolo de uma canção mas não tinha seu inicio e seu fim. A Day in The Life surgiu assim, na junção de duas canções.
Dá pra dizer que a canção é uma criação de Lennon, mas vale ressaltar que a orquestra foi ideia do Paul, e sinceramente....a canção é conhecida por duas coisas: A Voz do Lennon no final, e a orquestra apoteótica. 50% do ouro pra cada um então.
O despertador existe na canção e não é por acaso. Já que Lennon tinha o inicio da canção, ele fez a musica e no final dessa introdução ele pôs um despertador, para avisar que a partir daquele compasso entraria o meio da música, ou seja a parte do Paul. Mas...... Por ironia do destino, o primeiro estrofe da canção do Paul diz o seguinte: "Woke up, got out of bed," (Acorde, Saí da cama..) kkkk Parece piada, mas o som do despertador não foi retirado justamente porque a canção do Paul dizia de um rapaz que estava acordando (daí o despertador), escovando os dentes, e pegando o ônibus.....Ou seja "UM DIA NA VIDA" A partir daí a canção se chamou "A Day in The Life", Bem obvio, não? Pois afirmei que a letra tinha sim seu significado kk

Tocado o despertador, entra a parte em que me dá um friozinho leve na espinha (2 min. 21 seg adiante).....Sir Paul e sua voz suave, tudo de ideal pra mim nos Beatles. Paul é de longe meu Beatle favorito, e meu principal ídolo musical. Sem dúvidas o cara que mais admiro o trabalho na musica mundial.
Massssssssssssssssss.....Paul McCartney que me desculpe, o ápice da canção (pra mim) é exatamente após a sua parte. Exatamente aos 2 minutos e 49 segundos, entra a parte mais apoteótica dos meios de gravações da história! John Lennon e seu "aaaaaa aaaa aaaa" acompanhado da orquestra de 40 músicas que parecem 160. Nesse exato momento eu quase tenho um ataque cardiáco de tanta emoção, é um barato ouvir essa parte da canção no mp4 com fones de ouvidos, porque a "aaaa" do Lennon inicia no fone direito lá ao fundo, vai ficando forte e do nada ele some do fone de ouvido direito e parte para o fone de ouvido esquerdo indo ao seu fim e voltando com toda a força do eco, isso é repetido duas vezes em cada fone. Na verdade a voz de Lennon, acompanha a orquestra em seus 24 COMPASSOS!
Agora dando a minha pitoresca opinião....Aquela orquestra parece que te engole, na verdade o peso de saber que é a 1ª canção da história sendo recriada com aquele nível de sofisticação é o que aumenta a emoção. Como se fosse um time de futebol cantando seu hino, ou algo do gênero....O Simples "aaaa" mais famoso de Lennon evoa aos ares, gosto de ouvir a canção de madrugada deitado na minha cama, eu simplesmente repasso os 30 segundos da orquestra umas 20 vezes, e vou acompanhando os 24 compassos um a um de uma forma tão detalhada, como se fosse uma mãe e seu filho a recem nascido, a mãe analisando cada detalhe de seu bebê, suas falhas e glorias. Claro que infelizmente a 'A Day in the life" não é meu bebê, muito menos minha. Até porque seria um bebê de alguns milhões de libras, mas ainda assim me dá uma ponta de orgulho da genialidade revolucionadora dos meios de gravações em que os 4 garotos de Liverpool foram inclinados a fazer.

Aos 3 min e 18 segundos, a orquestra simplesmente para (de novo) abruptamente e Lennon recomeça com sua canção até os 3 min e 50 seg. Nesse exato momento inicia-se o que seria o MAIOR FINAL DE UMA CANÇÃO DE TODOS OS TEMPOS. Pois diferentes das outras partes, a orquestra bate o seu record de tempo alcançando o ápice de INCÍVRIVEIS 45 SEGUNDOS. Dá um medo louco, o clima de que um crime está para acontecer ou que algo ruim irá acontecer simplesmente arrepia a espinha. Daí o tal crime acontece com o famoso 'Tchan!" Literalmente o fechamento das cortinas para o disco, assim como a banda inicia o disco com a 1ª faixa de uma festa, as cortinas abertas e banda do sargento pimenta sendo apresentado, na faixa dois é apresentado o novo baixista ( o fantasioso substituto de Paul) e dali adiante com Lucy In The Sky e vários clássicos, o disco fecha com esse "tchan" pra provar que aquele inicio estava agora sendo finalizado e que as cortinas se fecharam.

Poderia ser algo doido e inútil, mas o que surpreende é que ao final apoteótico a orquestra meio que se desfaz....e vai silenciando, nesse momento um silencio mortal.As cortinas realmente se fexaram, mas espera!!! espera...o que é isso? o que seria isso? "isso" aos ouvidos humanos seria um som bem difuso, é nesse momento que grudo meus ouvidos na caixa de som pra tentar compreender o que é que esta sendo tocado. Parece que a canção não termina, mas realmente não terminou. E aquilo que parecia um final, um silencio, na verdade é o som de um apito...sim um apito. Um apito perceptível apenas aos cães. Um apito para cachorros, em que o ouvido humano é incapaz de compreender...quem me dera ser cachorro numa hora dessas. O Silencio na verdade não é silencio, e sim um apíto perceptível apenas para cães.

Os Beatles fizeram uma comemoração em que convidaram alguns amigos, entre eles (Mick Jagger, Marianne Faithfull, Keith Richards, Donovan, Pattie Boyd, Michael Nesmith entre outros) e entre essa comemoração foram gravados as conversas, e essas conversas são introduzidas na canção, aos 5 min. e 11 seg. Só que de trás pra frente. Muitos afirmam que há mensagens subliminares nessa parte, mas duvido.

Se o vinil for executado, ele simplesmente volta e a conversação inicia-se de com intervalo de dois segundos, tipo um disco arranhado. Ou seja....teoricamente o Sargent Peppers Lonely Hearts Club Band seria um disco sem fim. Na versão Em cd e digital, a faixa original tem exatos 5 min e 33 segundos.


Enfim....A Day in The Life é um som pra ser prezado, pensado e admirado. Não é uma simples música, é uma obra de arte.
Deve-se ouvir muito, mas muito ela para poder alcançar seu verdadeiro significado, se é que existe. Mas a revolução foi feita. Basta admirar.

5 comentários:

  1. Perfeito post, eu curto muito essa música, mas confesso que tive que cortar essa parte final da música ( a que ta de trás pra frente)por que eu sempre levava susto com ela rssrsr.

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    1. Obrigado pela postagem. Realmente a última parte pega de surpresa, pois dá um silêncio e de repente as vozes soam "do nada".

      Abraços

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  2. Simplesmente sensacional, a música, Os Beatles e está perfeita análise.

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  3. qual e essa mensagem de traz pra frente que n acho em lugar nenhum ? e a lenda do Paul q vc n tmb n falou ? me reponda pf

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