terça-feira, 13 de setembro de 2011

A Night At The Opera comentado.



Se o queen não existisse, ao falar em “A Night at The Opera” eu lembraria na hora do filme antigo dos irmãos Marx....e De fato o nome do disco é inspirado nesse filme. Não só abusando do nome, o Queen abusou da tecnologia e do dinheiro também, Pra gravar seu quarto disco a banda não poupou perfeccionismo. O disco é considerado um dos álbuns mais importantes da história da música, e as gravações do mesmo é considerada uma das mais perfeitas já existentes. Vindo de três discos de relativo sucesso, o A Night at The Opera seria a porta para o sucesso mundial.

O Disco em si já passa uma autoridade grande, a mega produção para fazê-lo valeu muito a pena (como veremos adiante), se o sr. Freddie Mercury e o Brian May são considerados gênios de suas épocas, esse disco tem uma gigante fatia de culpa.

Pra podermos entender porque o encaixe dos arranjos são todos perfeitos, devemos saber que todos os instrumentos foram gravados em estúdios separados: Uma guitarra num estúdio, a bateria em outro, os violinos em outro....e assim por adiante. Até os arranjos de voz foi separado. Nada foi ao vivo. Outro fator importante para a perfeição do álbum, está no ouvido afiadíssimo de Roy Thomas Baker, o principal ajudante para a concretização do projeto.

O disco é tão completo que está enquadrado em 4 estilos: Opera Rock, Art Rock, Rock Progressivo e Hard Rock. É De Longe o melhor disco e maior obra prima do queen.

Canções:

Canções:
01-Death On Two Legs (Dedicated to ) : Os primeiros acordes, ou seja, o primeiro suspiro do disco inicia com um piano do apocalipse, logo em seguida sendo seguido por guitarradas de May. Talvez pra dar um inicio que dê jus ao nome do disco, com uma pegada prog. e hard inicialmente e repleta de sons sobrepostos (Overdubs) recurso de estúdio utilizado ao extremo em todo o disco. A Voz do Freddie está brilhante, e as guitarras são dignas de dar inveja a qualquer grupo da época. A letra é uma crítica ao antigo empresário. Faixa de abertura melhor para o tema do disco não há. Nota 9,0

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02-Lazing On A Sunday Afternoon: Canção com uma pegada da década de 20, a Voz de Mercury está mudada eletronicamente, Os Overdubs nessa canção está presente nas vozes de May e Taylor, que dão apoio ao Mercury, criando ainda mais um clima de sátira da música de Rádio. Nota: 8,7

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03-I´m In Love With My Car: Roger Taylor nos vocais (que eu adoro), a voz dele está agradavelmente fritante. A Canção traz uma letra machista (Ou contra o machismo?) falando dos homens que trocam suas mulheres por carros. Assim como todo o disco, o Overdrive traz sobreposto a guitarra de May. Ao fim, a canção traz um detalhe que me incomoda: O som de motor de um carro, isso eu não gostei na canção, por um lado “meter” o som de um carro afirma ainda mais a identidade da letra e o conceitualismo do disco....mas pra uma super produção dessas, o som “natural” de um carro quebra o clima de surrealismo que todo o disco tem. Nota: 8,3

04-You're My Best Friend: Aqui encontramos o primeiro grande hit do disco. Pra contrapor as guitarras da canção anterior, um clima suave do piano elétrico. A Voz de Mercury está fantástica nessa canção de amor, e os vocais de apoio dão um clima lindamente brega na canção. Ponto forte para a bateria que faz as marcações de uma forma brilhante, e para o solo fantástico de May. Nota: 9,2

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05-´39 : Pegada Country Fantástica. Essa Faixa briga com “The Prophet´s Song “ para ser a minha favorita do disco (Embora elas sejam bem distintas). O clima rural que a canção passa é sublime, os vocais de apoio estão fantásticos, e o violão numa simetria com as batidas. Os vocais modificados eletronicamente dão um clima surreal na canção, afirmando ainda mais a identidade de ópera da canção. Pessoalmente essa canção me marcou por causa de motivos pessoais. Nota: 10.

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06 - Sweet Lady: Essa canção deixa rastros dos discos anteriores do queen: Guitarras, bateria e baixo contraponto com a voz fuderosa de Mercury. De certa forma é uma volta ao rock básico, porém como o disco foi gravado de forma magistralmente elegante, o resultado foi um rock de alto nível, talvez não seja isso que eles queriam. Nota: 7,0

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07-Seaside Rendezvous : Um verdadeira brincadeira de estúdio,a banda faz gracejos e barulhos com a boca, lembrando instrumentos de sopros. O Piano é o que mais se descata. Me lembra as canções dos anos 50...é similar a faixa 2 do disco. Nota: 7,7

08-The Prophet´s Song : Faixa que inicial o Lado B do disco. O A Night at The Opera é conhecido justamente por causa de seu final, e essa canção prepara o ouvinte para esse fim brilhante. A Canção começa em clima soturno, com o som de ventos e logo na entrada May aparece tocando um Koto (De brinquedo), a Voz de Mercury está espetacular! E as guitarras seguem perfeitas. A Letra é linda, mas o que chama atenção nessa música são as viradas no clima...indo de embalo lirico, para solos perfeitos (tanto de guitarra como de voz), Uma verdadeira Opera, essa canção é a afirmação final e definitiva para a a opera rock do disco (E olha que ainda nem chegamos em “Bohemian Rhapsody“. A canção só se fez possível por causa do bom e velho Overdubs. Essa música me marcou pelos mesmos motivos da canção “'39”. Nota: 10

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09 - Love Of My Life: Acredito que ninguém tem autoridade pra avaliar essa beleza dos deuses, e na minha humilde opinião ela só é completa por causa da canção anterior, ela é o prelúdio dos deuses para a finalização de “ The Prophet´s Song”. Como esquecer ela sendo cantada por milhares de pessoas no Rock In Rio de 1985? Um Clássico da história do rock, um hino dos apaixonados, o tema dos casos mal resolvidos. Nota: 10

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10-Good Company: Ukelele aparece aí, e essa canção me lembra os Beatles (não sei porque). Canção que na minha opinião combina mais com a primeira parte do disco do que nesse grand finale. Quem canta ela é May, que tem uma voz muito semelhante a de Paul McCartney. Nota: 8

11-Bohemian Rhapsody : Maior clássico do Rock? Maior musica da historia? Divisor de água do mercado fonográfico? Não sei...Mas não temos adjetivos para descrever essa música. A Mais magistral e perfeita finalização de um disco na história.

“Iniciando apenas com vocais e piano ao melhor estilo do grupo, abusando do estéreo em toda a faixa, “Bohemian Rhapsody” tem uma letra que se propõe a contar uma história trágica, porém com brincadeiras verbais como “Scaramouch will you do the fandango” ou Gallileo, Gallileo, figaro magnifico”. Todas – e são todas mesmo – as características que fizeram do Queen um dos grandes nomes do rock estão lá, da suavidade de versos sussurrados por Freddie Mercury como “Nothing really matters, nothing really matters to me, anyway the wind blows...” aos gritos de “So you think you can stone and spit my eyes”, o excelente trabalho de bateria onde os pratos se destacam em climas mais densos de Roger Taylor, o baixo Fender Precision sem firulas e exato de John Deacon e, acima de tudo, pari passu com os vocais de Mercury, a guitarra de Brian May. “ Raul Branco.

Nota: 10

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12-God Save The Queen: Eles realmente gostam de mitar né? Última faixa, as cortinas se fecham e a opera vai embora. O Hino da inglaterra instrumental...nada mal, afirmando ainda mais a catinga inglesa no rock. Você acha que eu vou avaliar o hino Inglês? Não não não... Nota: ...