segunda-feira, 5 de março de 2012

"A Vida é Bela" (1997). Uma Análise.

Uma mistura de comédia com drama. Um retrato de um grande amor em plena segunda guerra mundial.

Por Matteus Saldanha. (05/03/2012).

Eu devia ter uns 10 anos de idade, e assim como qualquer criança , era chorão e chato.
Minha prima e madrinha Vanessa estava lá em casa com a tia Zenóbia e o tio Adão, e quando eles iam lá seguidamente eu voltava junto com eles e ficava uma noite na casa deles.
Me lembro como se fosse hoje, meu tio estacionando seu Opala na frente da minha casa e eu indo recebê-los naquela alegria de criança quando alguém vai visitá-los tirando a monotonia da casa...Ainda mais a Vanessa que é minha dinda, e a tia Zenóbia que sempre levava algum presentinho (ou alguma torta de bolachinha que só ela sabia fazer).
A Vanessa (E hoje eu não entendo como ela tinha tanta paciência comigo, visto que ela já devia ter uns 17 anos), me falou que havia alugado uns filmes e que iria assistir e perguntou se eu não queria ir junto...Eu, óbvio, vendo a oportunidade de sair de casa aceitei. Minha mãe rejeitou e eu como sempre fui muito chato relutei até que me levaram.
Chegando lá ela escolheu (o VHS na época) do filme a vida é bela, e me perguntou se eu sabia ler rápido (Como todo garoto birrento jamais ia dizer não), e lá se passou aquele filme em italiano com as legendas em português.
Foi um dia que ficou muito marcado na minha vida, pois ali naquela situação eu estava assistindo um filme que pra sempre lembraria dele como “um dos meus filmes favoritos”.




Dirigido e produzido por Roberto Benigne, o filme narra a história de Guido (Benigne), o típico imigrante que vem do campo e vê o primeiro amor de sua vida, no caso a Dora (Nicoletta Braschi, mulher de Benigne na vida real), com cenas cômicas ele faz de tudo pra atrair a atenção de Dora.
Apesar do horror que estava a vir durante o filme, ele têm em sua primeira hora um andamento extremamento leve que lembra aqueles filmes noir da década de 40 misturados com aquelas comédias campais dos anos 70/80. Tudo ocorre bem, Dora é atraída por Guido, eles se casam e tem um filho “Giousuè” (Giorgio Cantarini)...Enquanto tudo isso acontece somos presenciados por cenas cômicas e um roteiro quase que poético...O Diretor usa o artifício do surrealismo em algumas cenas. Essa parte do filme poderia inclusive ser tema de outro filme, pois é completamente diferente da segunda parte da película...O aprofundamento dos personagens é o ponto central, pois mostra detalhes de tudo: Gostos, preferências, aonde eles vivem, seus passados....É o momento do filme em que conhecemos os personagens, e ficamos envolvidos com o seu caráter.
Guido é judeu....Também será a característica para o sofrimento que está por vir. Essa parte do filme se passa em 1939, quase na época em que Hitler explode a perseguição aos judeus.


Bom...a segunda parte do filme se passa em 1945, inicia com o chamado de recrutamento de Guido e seu filho (Giusuè tem aqui 5 anos) para o campo de concentração, Dora (apesar de não ser judia), se passa por uma e pede para ser lavada ao campo de extermínio, querendo assim acompanhar seu marido, mostrando a forma e a intensidade do amor de uma mulher com o homem.
Guido faz de tudo para esconder seu filho do sofrimento e horror em que estão vivenciando, para isso ele encena uma espécie de fantasia, uma ilusão...Faz com que o filho veja a realidade de uma forma diferente, a fantasia consiste em que eles estão numa gincana...e que cada judeu ali era um participante e tinha uma função.
Por exemplo, a função de Giusuè era se esconder para jamais ser encontrado (Claro, pois havia o alojamento das crianças e Giusuè tinha ficado escondidamente com o pai, e em determinado momento do filme todas as crianças foram exterminadas) fazendo com que o filho fique todo o momento do filme se escondendo, ficando em silêncio e não reclamando de nada.
Para a explicação da magreza das pessoas do alojamento, Guido diz que a função deles era a greve de fome...E assim por diante, quem desempenhasse melhor suas funções ia adquirindo pontos para sua equipe.
Guisué vai passando o filme sem não perceber o horror que o cerca, quando algum ponto mal explicado acontece, Guido inventa outra desculpa sempre fazendo alusão para essa fantasia.
Giusué começa a reclamar de fome, e Guido vai dando migalhas de pão ao filho, alimento que era a única coisa que ele encontrava...Uma das coisas mais marcantes e tristes do filme.
O Trabalho de arte aqui nessa parte do filme se destaca, as cenas são mais cinzas e os sons tensos...A intensidade das situações dramáticas fazem com que seja mais um drama pavoroso, do que um horror caótico.

Outra cena que destaco é a morte de Guido: Ele esconde seu filho numa lata de lixão, e ao ser descoberto por um soldado alemão é seguido por um beco, seu filho vê a cena e Guido vendo que seu filho via que algo estava errado ele olha para o lixo e começa a marchar de forma cômica, seu filho ri e não desconfia de nada...Ele é guiado para um campo fora da visão de Giosuè e é morto.


Comparação com Central do Brasil:
Impossível não comprar ambos os filmes. Na época “Central do Brasil” foi derrotado por “A Vida é bela” na categoria de melhor filme estrangeiro, fato esse que causou um certo mal estar entre os brasileiros.
Outro detalhe é que ambos os filmes tem focos num menino, e ambos os personagens tem nomes semelhantes: O Brasileiro chama-se Josué, e o outro Giosuè. Outra coincidência é ambas as personagens se chamarem Dora.
A Vida é bela está muito a frente, claro (Sem tirar o mérito de Central do Brasil, pois a atuação de Fernanda Montenegro está impecável).


Bom..Um filme italiano que mistura humor debochado com drama caótico, artes adversas que se encaixam de forma brilhante aqui, é de longe um dos filmes mais tristes de todos os tempos. Recomendo, provavelmente será um dos filmes mais lindos que você vai assistir. Não exige muito talento do expectador e ao mesmo tempo lida com um tema complexo que foi a segunda guerra mundial. Roberto Benigne já deixou sua marca aqui.

Nota: 9.6





terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Uma Análise do Óscar 2012, por Matteus Saldanha.


Chegou fevereiro, e essa é a época do ano mais aclamada pelos cinéfilos...É a época dos potes de ouro, dos principais lançamentos do ano e também das premiações. A alta temporada cinematográfica que geralmente começa no final de novembro e tem seu ápice entre janeiro e fevereiro, está a todo o vapor esse ano. A Academia do óscar talvez esteja esse ano batendo seu record em críticas, tanto nas indicações, como nos métodos utilizados para as indicações nas categorias. Muitos dizem que esse ano está tudo muito obvio (Blé! Desde que eu me conheço por gente esse assunto existe), mas o que faz esse ano ser um pouquinho mais interessante é que não há nenhum filme favoritíssimo a vencer os principais prêmios...Também há um certo declínio das grandes produções, a academia segue dando as costas para as super produções, e vem apostando cada vez mais em excentricidades, não sei se os filmes é que são exóticos ou falta decência por parte da academia mesmo. 
Os críticos que me desculpem, mas o que levou a academia a premiar “Quem quer ser um milionário?” ??, outro fora de contexto foi “Guerra ao terror”, como assim academia?? 
Ano passado melhorou um pouco, “O Discurso do Rei” é digno de óscar, e é aquele filme que se torna inesquecível com o tempo...menos mal, eu estava receoso que pisassem na bola e dessem ao superestimado “Cisne negro”, que na minha opinião não é digno nem de indicação (Salvo a atuação da Natalie Portman).





Melhor Filme:

Indicados:  O Artista, a invenção de Hugo Cabret, Os Descendentes, Meia Noite em Paris, Cavalo de Guerra, O Homem que mudou o jogo, Histórias cruzadas, Tão forte e tão perto e Árvore da vida.
Favoritos:  O Artista, A Invenção de Hugo Cabret e Os Descendentes.
Pode Surpreender:  Meia noite em Paris
Quem eu gostaria que vencesse:  Cavalo de Guerra.
Injustiça:  “J. Edgard”, “Drive” e “o Espião que sabia demais” não foram indicados.

Esse ano o filme excêntrico da vez é “O Artista”, um filme mudo, francês com uma atriz principal argentina (WTF?), a diferença é que The Artist é uma mini pérola descontextualizada que conta a história do cinema (o que pode ser agradável aos olhos dos veteranos de Hollywood), é agradável de se ver, vai depender de como a academia vai avaliar a obra, se o estimarem bastante há perigo desse filme surpreender todos e ser o grande ganhador de títulos da noite, como eu disse: Vai de como ele vai ser interpretado pelos jurados, ou 8 ou 80. A atuação do sorridente Jean Dujardin está dando a ele grandes títulos, e essa lembrança da atuação pode fazer com que o filme vá longe.


Temos também “Os Descendentes” talvez o que mais apelou ao clássico clichê do óscar: Um Drama familiar com interpretações notáveis. George Clooney é um gigante ao óscar de melhor ator no ano, talvez não tão certo quanto a vitória de “A Separação” para melhor filme estrangeiro, mas ainda assim um favorito, o diretor Alexander Payne é notável em não cair no sentimentalismo barato, além de ser um mestre em filmes com protagonistas masculinos marcantes, filme leve, com bom humor, que trata de um tema delicado com muita sutileza. Torço pra que esse filme não vá tão longe, é um filme com bom roteiro, um drama maduro, mas vencer de melhor filme iria me dar uma certa dor de barriga.

“A Invenção de Hugo Cabret” lidera em indicações, mas a maioria são técnicas....Acho difícil vencer na categoria de melhor filme, porém ele vem sempre como favorito, pois o nome de seu diretor “Martin Scorsesse” irá pesar na hora H. Sem dúvidas será o maior vencedor da noite, pois além de liderar em indicações, os concorrentes são fracos. A principal categoria de melhor filme será o mais difícil para esse filme, mas nada é impossível. Quanto ao filme, belíssima direção de arte, bom roteiro, um filme bom...nada de genial,  é bom...aquele filme pra sair do cinema satisfeito.


Definitivamente Woody Allen está com a bola da vez, “Meia noite em Paris” foi muito bem recebido por todos. Talvez seja o filme que recebeu maior carinho, embora tenha sido pouco divulgado. Allen nunca ficou tão perto de levar o óscar de melhor diretor, mas o que faz com que esse filme seja tão amado é o seu roteiro. As adaptações são casuais, nada que exija grande esforço...Soa natural, nada forçado, tudo tranquilo. Ganhou premio em Cannes, e vai ao oposto de um filme “vencedor de óscar”, logo, foi um filme que agradou os críticos. Será que a academia colocou ele nas indicações pra tirar um sarro da cara dos críticos?? Ou talvez eles estejam querendo consertar algumas injustiças feitas pelo Globo de Ouro e SAG?

“Cavalo de Guerra” do consagrado Steven Spielberg está no quadro, mas desconfio que esteja ali pra fazer média, sendo que a academia pisou na bola em não indicar Spielberg a categoria de melhor diretor por essa obra inigualável, afinal Spielberg ou aposta em grandes produções ou no drama marcante, quando Spielberg resolve misturar drama com aventura ele faz com que ninguém saia da sala de cinema sem uma lágrima no rosto, talvez o que prejudicou o filme foi o excesso de drama e cenas sentimentais em suas duas horas e meia, o que leva a gente a crer que ele não confiou muito no roteiro adaptado.


“O homem que mudou o jogo” tem Brad Pitt que está numa excelente atuação. Sabe, sempre gostei do Brad Pitt, comecei a dar muito valor pra ele a partir de “O Curioso caso de Benjamin Button”, é um excelente ator para dramas, sem tirar o brilho de atuações como “Onze homens e um segredo” e as suas respectivas continuações. O filme empata com “Cavalo de guerra” em indicações (6), seria injusto não levar nenhuma, mas está longe de vencer a melhor filme.

“Historias cruzadas” é outro filme baseado num livro, e disparado o que tem as melhores interpretações. O Trio: Viola Davis, Jessica Chastain e Octavia Spencer, é de encher os olhos de qualquer espectador (A 1ª concorre o óscar de melhor atriz, e as outras duas de melhor atriz coadjuvante) o filme é um drama/comédia que trata da questão racial.

Todos os anos temos a “grande zebra”, e nesse ano “Tão forte e tão perto” fica com louvor nessa categoria. O que levou a academia a colocá-lo na categoria de melhor filme?? Eu arrisco dizer que tenha sido o super elenco que conta com Tom Hanks e Max Von Sydow (Ambos já vencedores do óscar), além da diva Sandra Bullock. O filme foi literalmente odiado pelos críticos, pessoalmente eu gostei da ideia de mexer com o atentado de 11 de setembro, fazendo uma história paralela em plena New York. Ainda assim o filme apela para um drama desnecessário, apenas da luxuosidade das atuações.


“A árvore da vida”  é o único filme dessa categoria que eu não vi ainda (Mas verei). É o filme dois polos dessa categoria. Super elogiado pela crítica especializada e ao mesmo tempo vaiado pelo grande público. Como eu ainda não vi, então irei postar aqui uma critica do New York Times: "A enorme beleza do filme é quase esmagadora, porém como outros trabalhos de arte com espiríto religioso, suas glórias estéticas são amarradas a um propósito humilde e exaltado, que é fazer brilhar a luz do sagrado e da realidade secular".



Melhor Atriz:

Indicadas:  Glenn Close, Viola Davis, Rooney Mara, Meryl Streep e Michelle Williams.
Favoritas:  Glenn Close e MerylStrep
Pode surpreender:  Michele Williams
Quem eu gostaria que vencesse:  MerylStrep
Injustiça:  Kirsten Dunst merecia a indicação no lugar de Rooney Mara.


Glenn Close:  O que escrever da eterna marquesa Isabelle de Merteuil ?? Personagem que Close viveu no final dos anos 80 que lhe rendeu uma indicação ao óscar e o super favoritismo ao premio na época...Pois então: Ela não venceu!! Talvez uma das maiores injustiças dessa categoria até hoje.
Com um histórico de 5 indicações (duas de melhor atriz e três de melhor atriz coadjuvante), Close vem com sua sexta indicação (terceira para melhor atriz), num personagem surpreendente: A atriz vive “Albert Noobs” uma mulher que se veste e passa a viver como um homem para sobreviver na Irlanda em guerra. Mais ao fim, com um mundo mais pacífico ela se vê presa num personagem criado por ela....Belo drama e atuação estupenda! Um dos maiores papéis da carreira da atriz. Favorita ao premio, além da academia do óscar ter até hoje uma certa “culpa” por não ter dado a ela aquele premio em 88, isso pode pesar na decisão.

Viola Davis:  Uma curiosidade entre eu e Davis: Adoro os filmes em que ela está inserida. Não apenas pelas atuações, mas por tudo...Ela sempre está inserida em elencos agradáveis: “Duvida” , “Comer, Rezar e amar”, “Intrigas de estado” etc, etc e etc.... Agora no filme histórias cruzadas isso não é diferente. Tenho amigos que estão colocando a mão no fogo e falando aos 4 ventos de que ela vence esse premio, eu duvido muito, não a coloco entre as possíveis favoritas...Mas não que eu ache que ela seja indigna, mas sim por estar concorrendo com atrizes de pesos em ótimos papéis...Vamos aguardar.

Rooney Mara:  Teve fama no filme “A Rede social”, foi agraciada e virou queridinha entre os produtores. Em “Millenium-Os homens que não amavam as mulheres”, ela vem com um papel difícil de fazer: Uma jovem problemática, espiã que tem problemas com o estado. Tem méritos pois faz cenas surpreendentes: Como a do estupro, a da perseguição e a do beijo lésbico. Sem dúvidas foi um papel de muito trabalho que exigiu muito talento e disciplina dela, é jovem e tem uma carreira latente pela frente. Mas ainda é cedo pra vencer um óscar, não acho que mereça tanto....e que essa indicação sirva de apoio para outros ótimos trabalhos que com certeza virão dessa atriz que tem tudo pra dar o que falar.


Meryl Streep:  Aqui sim! Temos uma verdadeira rainha, uma lenda viva. Streep é a típica atriz inquestionável, é a pessoa com mais indicações na história do óscar (17 no total, venceu duas) e vem com tudo nessa premiação. Interpreta nada mais, nada menos do que Margaret Thatcher, a ex primeira ministra britânica. Mulher que liderou a Inglaterra com mão de ferro por mais de 10 anos.
Streep quase sempre concorre, e até os especialistas ficam de “boca aberta” ao pensar que em todo esse tempo ela “só” venceu duas vezes, esse ano ela vem como favorita absoluta (Já venceu o globo de ouro), e é dita como uma zebra se não levar o prêmio. Streep entra nos personagens de uma maneira desumanamente convincente. Até hoje não entendo como ela perdeu aquele premio por “O diabo veste prada”, em que ela Interpreta a megera Miranda....Enfim, posso ficar aqui por 24 horas falando de Streep, um curriculum exemplar e vem em mais uma super atuação. Espero que dessa vez a academia não entre naquele dilea: “Streep é famosinha demais, vamos dar chance as outras”, acho que devem premiar a melhor e pronto, e dessa vez ela deve vencer.

Michelle Williams:  Aqui temos a vencedora do último globo de ouro de melhor atriz em comédia musical, o que faz dela favorita ao óscar junto com Streep. Numa atuação se tirar o folego, Williams interpreta Marilyn Monroe, teve que fazer aula de canto e dança e inicialmente recusou o papel. As chances do óscar são grandes, e ela acaba sendo uma incógnita para os apostadores, pois nunca se sabe qual a visão dos jurados pela atuação dela. Certamente exigiu grande esforço, e se vencer será um “debut” e tanto nas grandes premiações.



Melhor Ator

Indicados:  Demián Bichir, George Clooney, Jean Dujardin, Gary Oldman, Brad Pitt
Favoritos:  George Clooney e Jean Dujardin
Pode Surpreender:  Gary Oldman
Quem eu gostaria que vencesse:  Gary Oldman
Injustiça:  Ryan Gosling poderia ter entrado.


Demián Bichir: Mexicano que já interpretou Fidel Castro nos cinemas. Pra mim foi uma surpresa a indicação dele, embora esteja excelente nesse filme, atuando como um pai que quer o melhor para seu filho que acaba indo preso injustamente. Um filme que narra a dura realidade dos imigrantes mexicanos nos Estados Unidos.

George Clooney: Um cara muito bem visto pela sétima arte, com uma carreira sólida. Sem dúvidas é a maior estrela entre os concorrentes e também o favorito. Estrelando um drama familiar (que eu já descrevi acima) Clooney vem com um trabalho que é visto como o seu melhor trabalho até então, sem dúvidas é o favorito de longe, junto com Dujardin.

Jean Dujardin: É o favorito ao lado de George Clooney, já venceu o Globo se ouro, e é o personage principal do filme com mais premiações da temporada “O Artista”. Já falei sobre esse filme aqui, sem dúvidas essa atuação exigiu muito de Dujardin, pois as expressões faciais são pontos cruciais para um filme mudo, isso só mostra o quão diversificado esse ator é.


Gary Oldman: Fiquei muito feliz com a indicação dele. Com uma carreira grande, e com uma mente brilhante, Oldman é super respeitado em Hollywood. É Critico especializado em cinema, e tem atuações impecáveis em sua carreira, como: Hannibal, O Profissional e Harry Potter. É Dificil vencer o óscar, mas só por ter sido indicado, já valeu a consideração.

Brad Pitt: Já escrevi sobre ele e já disse que gosto muito dele. Vem numa atuação boa, mas não é a sua melhor. Pitt que fez vários filmes de ação (Sr. E Sra Smith, Onze homens e um segredo, etc...) Também encanta quando parte pro drama (O Curioso caso de Benjamn Button). Acho difícil vencer o prêmio, sendo que temos Clooney numa atuação excelente, e Dujardin numa atuação diferenciada. Mas a indicação serve de reforço para a sólida carreira desse ator, que já provou não ser mais apenas um rosto bonito.



Melhor Diretor:

Indicados:  Woody Allen, Michel Hazanavicious, Terrence Malick, Alexander Payne, Martin Scorsese.
Favoritos:  Michael Hazanavicious e Martin Scorsese
Pode Surpreender: Woody Allen
Quem eu gostaria que vencesse:  Woody Allen
Injustiça:  Steven Spielberg não ter sido indicado.

Woody Allen: Uma lenda viva do cinema, certo? CERTO! Allen com sua gigante carreira veio com tudo esse ano com o charmoso “Meia noite em Paris”. Allen é aquele diretor que agrada gregos e troianos, hoje seus filmes são vistos como clássicos cults, cultuado por todos os lados Allen levou apenas uma estátueta e isso é visto como um pecado. Seu nome pode pesar, embora não seja visto como favorito.

Michel Hazanavicious: É o cara que está com a bola da vez, o conhecido: “Diretor do filme mudo que está dando o que falar”. Porém perdeu o globo de ouro para Martin Scorsese, o que faz com que essa disputa esteja airradissima. Não conheço direito o trabalho dele, só conheço esse filme...É o cara invador do ano e a grande surpresa da sétima arte atualmente. Vamos aguardar, e ver até onde vai esse favoritismo.

Terrence Malick: A “grande zebra” desse ano. Malick é um excelente diretor, com um curriculem pequeno de filmes (lança um filme a cada 10 anos), porém todos os seus filmes são cultuadíssimos e premiados. Eu acho que Spielberg poderia estar sendo indicado no lugar dele.

Alexander Payne: Um diretor de filmes leves e inteligentes. Sempre com um humor afiado, e belos roteiros. Esse ano vem com “Os Descendentes”, filme que está dando o que falar e favorito a levar mais de um prêmio. Duvido que vença na categoria, mas sem dúvidas sua obra vai levar outros prêmios.

Martin Scorsese: Outra lenda viva ao lado de Woody Allen, venceu o óscar em 2004 (que soou como uma desculpa pela academia) pois nunca antes havia vencido. Esse ano vem com um filme cheio de efeitos, um “épico moderno”. Scorsese quando é indicado ao óscar sempre é favorito, mas fica nas indicações (Tipo Maryl Streep), mas esse ano a coisa pode mudar....Já levou o globo de ouro, e muitos dizem que na Hora H ele pode levar o prêmio, pois seu nome pesa. Vamos ver...Se levar o prêmio será merecido.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Abbey Road.

(Escrevi essa resenha e a enviei para o site Whiplash, vocês podem visualizar ela lá também.)

Último disco GRAVADO pelos Beatles, e penúltimo a ser lançado.Sinceramente?? Falar de uma obra prima como Abbey Road é se expor de uma maneira perigosa, pois dependendo do que for escrever, você pode criar inimigos pro resto da vida. Uma nota baixa aqui, uma alta demais ali, falar bem de uma faixa e nem tanto de outra faixa.... Então resolvi fazer essa resenha critica com um pé maior no meu gosto musical, e na minha visão do disco. E antes de mais nada, quero deixar claro que meu gosto por esse disco muda muito com o tempo, as faixas que hoje são minhas favoritas, não eram a algum tempo atrás. Tudo normal, o problema é que o assunto é The Beatles meu amigo, e quando o nome dos garotos de Liverpool vem em jogo tudo fica polêmico.



O disco é a coisa mais fina que pode existir naqueles anos de 1969, ele é marcado por ser o primeiro disco na história a ter alguns artifícios eletrônicos, como o moog, que possibilita qualquer som fosse gerado eletrônicamente. Os engenheiros de som Geoff Emerick e Phillip McDonald ganharam o grammy por causa de tal façanha, Outro ponto forte que podemos discutir sobre o disco é que a relação Lennon/ McCartney estava extremamente tensa, e esse fator de certa forma ajudou o disco a alcançar tamanha perfeição nas gravações. Os Beatles estavam chegando ao seu fim, porém ninguém imaginava que logo no fim, os Beatles gravariam o disco que seria lembrado por muitos como o melhor da carreira deles (ou segundo melhor, visto que entre Abbey Road e Sgt Peppers o páreo é duro).
Quanto a capa eu não preciso falar mais nada, ela é “apenas” uma das 100 fotos mais conhecidas do século XX.
OBS: Todo mundo sabe que Lennon e McCartney assinavam as canções juntos, porem há canções em que apenas um participou, ou o outro deu apenas uma “leve” Ajuda. Tirando “Come Together” em que Paul e Lennon realmente fizeram ela praticamente juntos (Na verdade Lennon a fez, mas Paul fez grandes modificações), as outras o autor é praticamente um só.'

1. Come Together (John Lennon): O disco inicia com Lennon. Come Togheter foi um dos hits desse disco, e muitos acham ela a melhor de toda a carreira dos Beatles. Eu já gostei mais dessa canção antigamente, hoje acho ela “mais uma música boa dos Beatles”, o bom dela é ouvi-la ao vivo, qualquer grupo cover (ou não cover) dos Beatles ao tocá-la em cima do palco, conseguem passar uma energia que eu não sinto no disco, a canção tem uma letra sem nexo. Lennon simplesmente pegou várias frases sem sentido uma com a outra, e as cantou. A versão original dos takes dela não tem guitarras, apenas baixo e piano. Porém Paul deu a ideia para Lennon de que sem guitarra a canção não teria vida (primeira briga do disco), a versão final da canção saiu com as guitarras (ainda bem). Porém o ponto forte da canção se concentra no baixo, isso é inegável...´Na parte em que Lennon canta “Shoot Me”, Paul toca o baixo mais forte justamente pra ocultar a expressão que significa uso de drogas, isso enfureceu Lennon, ouvindo o disco não dá pra distinguir bem o que ele diz por causa da ocultação de Paul. Muitos vão me matar por isso, mas como disse no inicio isso aqui é a minha opinião e hoje já “desencantei” essa canção dos meus ouvidos. Nota: 8,9

2. Something (George Harrison): Agora sim!! Temos aqui o ponto alto da primeira parte do disco. Se Lennon e McCartney já eram geniais antes de Abbey Road ser lançado, George passou a ser a partir desse disco. Com Something e Here Comes The Sun ele “se libertou”. Não agradou apenas os criticos e fãs, mas agradou também Lennon e McCartney. McCartney acha a melhor canção de George, e Lennon acha que essa é a melhor faixa de todo o disco. Novamente o baixo é o ponto alto da canção (nessa ainda mais), com uma linha considerada uma das melhores do rock. Outro fator de destaque é as guitarras em ritmo de mantra, algo bem a cara de George. As orquestras estão no ponto certo, e a voz de George não poderia estar na melhor medida. Até as batidas estão perfeitas, no ponto alto do refrão em “You're asking me will my love grow, I don't know, I don't know”. Compete fortemente com “Golden Slumbers” para ser a melhor faixa do disco. Clima de nostalgia no ar, impossível ouvir essa canção e não se lembrar da infância. Linda demais! Adjetivos para elogiar essa pérola que só um Grande Deus pode fazer não há!!! (E se eu não der um 10 pra essa canção, eu mesmo me dou um tiro). Nota: 10

3. Maxwell's Silver Hammer (Paul McCartney): Aqui temos um pequeno fiasquinho do Paul (Calma gente... ainda iremos falar muito bem dele nesse disco). Eu me odeio por gostar dessa canção, o fato é que ela é bobinha, a letra é uma possível homenagem ao Charles Manson (É Cheia de humor negro, e fala de um homicida)....O fato é que as batidas e o piano ao final do refrão está bonito. Essa canção fez o clima dentro da banda ficar muito tenso, pois Paul fez impressionantes 53 takes pra isso, e ela durou três dias inteiros para ser gravada. Paul achava que ela ia ser o maior sucesso do disco (o que não foi), era uma das grandes apostas dele. A melodia é bonita mesmo, mas essa letra.... Nota: 8,5

4. Oh Darling! (Paul McCartney) : Nessa aqui o Paul se recupera do fiasco anterior. A canção nunca é levada a sério por ninguém! Nenhuma pessoa que faça uma resenha do disco leva ela tão a sério, e eu realmente não entendo porque não a consideram uma das melhores dos Beatles! Ta certo que a letra é uma brincadeira, e a banda está despreocupada com perfeccionismo nela, mas isso não tira o brilhantismo. Um ponto interessante é que Paul ficou preparando a voz por três dias para gravá-la, ele queria que a “voz rasgada” do refrão saísse o mais potente possível. Canção que lembra muito as canções do final dos anos 50, e voltamos a afirmar que o ponto forte da instrumentação está no baixo. Fico perdido em que nota dar pra ela, então como prefiro mais ela do que Come Togheter, dou a ela um... Nota: 9,2

5. Octopus's Garden (Ringo Starr): Letra bobinha e um cara com uma voz diferente no vocal? Não não... acalmem... é ele, o sorridente dos anéis: Ringo Starr!! Starr já havia composto para a banda, mas é nessa canção que ele ganha um certo sucesso. Não dá pra dizer que é uma canção indispensável, mas é querida por todos. A Letra é inspirada em polvos (belo tema), mas de certa forma a canção fez parte para que o álbum fosse o que é. Não tenho muito o que falar disso... Nota: 8,2

6. I Want You (She's So Heavy) (John Lennon): O rolo de fita da gravação acabou? John quis cortá-la propositalmente? Bom... o mistério para o final abrupto da canção ninguém sabe bem ao certo explicar, mas o meio dela a gente sabe. Ela é a junção de duas canções, e é uma das maiores canções dos beatles com quase 8 minutos. Apesar dela ser uma canção grande, a letra não vai muito além deixando ela um mantra repetindo o titulo da canção. É considerada uma canção de rock progressivo, e nela podemos notar várias utilizações eletrônicas como o moog em efeito de vento. Devemos dar créditos ao experimentalismo. Nota: 8.6

7. Here Comes The Sun (George Harrison): Ufaa!! Harrison veio nos ajudar. Depois do “soturnismo” do final do lado A, Essa canção soa como uma brisa. O que me surpreende é ela ter sido a primeira faixa do lado B, isso só mostra o quanto Lennon e McCartney estavam admirados com o Jovem Harrison. Nada seria mais ridículo do que uma canção que fale sobre o sol, e que tenha dedilhados de cordas, certo? Errado. Dizer que Here Comes The Sun é ridícula é um verdadeiro pecado, Ela passa uma sensação otimista, e foi gravada por Harrison no jardim da casa de Eric Clapton, seu amigo na época. O Moog está bem presente aqui. Somente a abertura da canção já é uma música a parte né? Nota: 9,7

8. Because (John Lennon): Ponto fortíssimo de paz na banda. Yoko e Beethowen foram as grandes influências. O arranjo vocal é de Lennon, McCartney e Harrison (Nesta Ordem) Ringo não participa, porém foi chamado ao estúdio para estar “presente nesse momento mágico” (Palavras de Lennon), o fundo inspirado na Sonata famosa de Beethowen é tocado invertido. Pessoalmente não tenho mais paciência pra ela, porém é considerada por muitos como a melhor faixa do disco, e é de fácil assimilação. Nota: 9

9. Your Never Give Me Your Money (Paul McCartney): Se o Abbey Road é considerado uma obra prima, isso se deve em 75% por causa dessa canção adiante. A partir daqui começamos a provar do que realmente foi a obra prima, canções curtas emendadas uma na outra. Apenas nessa canção de 4 min. podemos notar 5 canções diferentes, as mudanças são abruptas, mas apesar de todo esse estilo supremo, a canção fala do fim dos Beatles basicamente. O inicio seria uma não-homenagem a empresário da banda, mais pro fim as lamentações de Paul continuam, falando não haver mais magia na banda, e que o sonho estava chegando ao fim. Eu confesso que me decepcionei ao saber que “You never give me your money” falava de dinheiro, e o resto é uma ironia ácida. Porém a instrumentação salva tudo, ponto fortíssimo da parceria Lennon/McCartney. Nota: 10

10. Sun King (John Lennon): Aqui temos a salada de frutas de idiomas de Lennon. O interessante de ouvir ela em fones de ouvido, é que a base da canção vai mudando de canal... indo de um fone para o outro o som. A canção tem versos em espanhol, português e italiano (além de inglês, claro)... em português eles cantam a palavra “Obrigado” (porque será que todo estrangeiro aprende essa palavra 1º??). Nota: 9.1

11. Mean Mr. Mustard (John Lennon): Pior canção do disco, mas não chega a ser um fiasco (porque é curta demais) letra humorada que fala de um miserável que não queria gastar sua fortuna. É uma b-side do Sgt Peppers. Nota: 8

12. Polythene Pam (John Lennon): Acredito que John Incluiu a anterior para “entrarmos no clima” dessa. Porém ela é o inicio da canção posterior que vem coladinha nessa, sem paradas no vinil original. A letra fala sobre usuários... Bem a cara de Lennon. Me agrada muito nela a voz de Lennon. Nota: 8.7

13. She Came in Through The Bathroom Window (Paul McCartney): Continuação da anterior, porém os vocais são de Paul. O Inicio me lembra os Stones, com as batidas rápidas. Após isso entra o lirismo com vocais de apoio, ponto forte para os solos de guitarras. Foi a segunda canção que mais demorou para ser gravada no disco (perdendo apenas para a faixa 3), Paul toca as guitarras e Harrison o Baixo. É o final do 1º medley. Nota: 9

14. Golden Slumbers (Paul McCartney): Minha canção favorita do disco e DE TODA A CARREIRA DOS BEATLES! (No momento pelo menos... mas já faz um bom tempo que ela está no topo). A letra é do século 17 de Thomas Dekker. Paul achou que a canção ficaria bem se tivesse uma melodia de canção de Ninar. Ele compôs a melodia com ecos de canto celta e nuances dramáticas na casa de seu pai. A faixa foi gravada em 17 takes cheia de overdubs além de uma orquestra de 30 músicos (um exagero para a época). Essa música toca no fundo do meu coração e talvez seja minha canção favorita de todos os tempos. Nota: 10

15. Carry That Weight (Paul McCartney): Aqui temos a tentativa de McCartney para manter os 4 Beatles juntos. Gravada em 17 tomadas e num momento tem a melodia de “You Never Give Me Your Money”, a primeira parte é cantada a três vozes em uníssono. A orquestra foi colocada no final. Nota: 9,9

16. The End (Paul McCartney): Falar o que né?? Ultima faixa do último disco. Ultima canção gravada pela maior banda de rock de todos os tempos. “E no final o amor que você recebe é igual ao amor que você doa”, essa foi a última frase dita do suspiro. Teria um final melhor que esse? O incrivel é que (parece) que eles sabiam que ali estava o fim. Lennon estava longe da banda, mas voltou ao estúdios para finalizá-la. A canção tem o único solo de bateria de toda a discografia da banda, Ringo tem no final esse privilégio. Foi realizada em 7 tomadas com vários overdubs, ela também conta com a orquestra de 30 músicos, eles cantam 'Love You” 24 vezes que é cantado simultaneamente por tres solos de guitarras, tocado por John, Paul e George (Nessa ordem). Ao final Paul volta ao piano e voz, tendo Lennon como vocal de apoio e eles cantam a última frase da última gravação da banda. O final é em ritmo de orquestra vocal, acompanhado por um solo de guitarra. A impressão que me dá nesse fim é que a música vai embora... vai se dissipando nas nuvens, como um tchau... um adeus... The End. Nota: 10.

17. Her Majesty (Paul McCartney): Essa é a faixa desconhecida do disco. Ela não constava no encarte do disco na tiragem original, e vinha 20 segundos após The End finalizar. A canção é apenas voz e violão, feita só pelo Paul. Ela seria colocada no meio do disco, mas ficou perdida. McCartney mandou destruí-la, porém a reencontrou dias depois, na época da mixagem do disco e pediu para incluí-la, sem os outros membros saber. Eu curto demais, mas não irei avaliar 23 segundos.