segunda-feira, 6 de junho de 2011

Um clichê Indispensável.

iUm clichê Indispensável.

Sinceramente, eu não sei que rumos a musica brasileira teria se Chico Buarque não lançasse esse disco.
Esse disco veio até mim num momento de muito tédio e decepção com a música, arrisco a dizer que quando ouvi ele pela primeira vez, eu não estava preparado pra algo tão grandioso. Tão inteligente e tão provocativo.
Chico Buarque passou a ter uma poética ultra crítica, Chico não poupou esforços: Atacou os políticos, a população, o capitalismo, e fez até um retratamento sobre o exílio como vemos em “Samba de Orly”.
Chico deu um tapa na cara de tudo e de todos...e afirmo esse disco é um tapa na cara de todas as pessoas que vivem no mundo hoje e que viveram nos últimos 2 mil anos.

Chico provou que o samba pode ser provocativo, e que um artista nacional pode fazer um álbum conceitual exemplar.
Vamos Lá.

O Disco inicia-se com o som das senzalas em "Deus lhe pague", já, logo de saída criticando a poluição das fábricas, e o homem mecanizado. Além de inúmeras criticas ao lucro desenfreado.

Pra quebrar o gelo, a engraçadinha Cotidiano vem logo em seguida, porém a canção é muito séria sim. Disfarçadamente alegre e brasileira, a canção na verdade critica a rotina do trabalho, do homem que sai as 6 da manhã de casa e volta só as 6 da tarde já cansado...e a mulher que em casa fica cuidando da casa e dos filhos. Mostra um homem rotineiro.

Daí Adiante o disco é só de pérolas e clássicos, letras altamente provocativas.

Como a faixa título "Construção", em que todos os adjetivos se encaixam em todos os substantivos, além de todas as frases terminar com proparoxítonas. Uma verdadeira obra de gênio!
A Revista Rolling Stones colocou “Construção” em 1º Lugar na lista das “maiores canções brasileiras de todos os tempos”.

“Valsinha” é importante destacar, canção que mostra que embora tenha se tornado um critico, Chico não deixou pra trás o seu lirismo inicial...Eu acredito que ele tenha escrito essa canção junto com “Cotidiano”, pois mostra um casal que a anos não se abraçava....num delírio forte, a canção é seguida por uma orquestra, claramente o casal já tem um certo tempo de casado, pois ele usa a expressão 'a muito tempo”, provando que o relacionamento já é antigo. Voltando as criticas....a canção é o firmamento do que ele já tinha explorado em “Cotidiano”, mostra um ser humano rotineiro e cansado, fazer amor seria “quebrar as regras”, algo que despertaria a vizinhança e mostrava o amor numa cidade cansada pelo trabalho capitalista.

“Minha Historia” não é uma letra de Chico, foi escrita por “Lucio Dalla” e mostra a historia de um filho de marinheiros....uma historia de uma pessoa comum. Eu classifico essa canção como a “Fofinha” do disco, letra linda e mostrava que as prostitutas (a mãe da historia), também pode ter e amar um filho. Na realidade a historia não é atípica, ela escancara a vida de muitas prostitutas que na época engravidavam de marinheiros estrangeiros...bem semelhantes as historias das prostitutas de beira de estradas. A diferença é que nessa historia a mulher se apaixona pelo marinheiro, e tem um filho...

Eu não vou descrever canção por canção....melhor você fazer o download e ser feliz:

  1. "Deus Lhe Pague" – 3:19
  2. "Cotidiano" – 2:49
  3. "Desalento" (C. Buarque, Vinícius de Moraes) – 2:48
  4. "Construção" e Deus Lhe Pague (reprise) – 6:24
  5. "Cordão" – 2:31
  6. "Olha Maria (Amparo)" (C. Buarque, V. de Moraes, Tom Jobim) – 3:56
  7. "Samba de Orly" (C. Buarque, Toquinho, V. de Moraes) – 2:40
  8. "Valsinha" (C. Buarque, V. de Moraes) – 2:00
  9. "Minha História" (Lucio Dalla; versão de C. Buarque) – 3:01
  10. "Acalanto" – 1:38
Download (Junte os espaços):

http:// www. megaupload. com/?d=RA7XZYOR


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